Ciclo de Conversas sobre a Economia Portuguesa na UBI

O orador Fernando Alexandre apresentou dados e questões intrigantes sobre a economia portuguesa.

Fernando Alexandre, docente e investigador da Universidade do Minho, foi o primeiro convidado do “Ciclo de Conversas sobre a Economia Portuguesa”, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da UBI, no dia 23 de março. A palestra discutiu alguns aspectos económicos sobre Portugal como um integrante da União Europeia nos últimos 20 anos.

Doutorado em Economia pela Birkbeck University of London, o convidado começou a sua palestra apresentando dados sobre o PIB per capita de Portugal entre os anos 2000 e 2021, em comparação com outros países membros da União Europeia. Os países mais analisados foram os do Leste Europeu, que se aproximaram da média do PIB per capita da EU-27, enquanto Portugal caiu da 15ª posição para a 21ª posição no ranking.

Fernando Alexandre disse, ironicamente, que “até os romenos  vão ultrapassar Portugal” e perguntou ao público isso os incomodava. Segundo o docente, a queda no ranking gera uma dinâmica negativa que faz com que o país caia ainda mais: “noutros países há mais empregos mais bem pagos… não vais querer ficar em Portugal”. Apesar disso, ele ressaltou que a desigualdade na União Europeia diminuiu brutalmente e isso é um sucesso para a organização, visto que os países mais pobres se aproximaram da média do PIB per capita.

Outro ponto importante destacado pelo palestrante foram as falhas institucionais, que são a causa de uma enorme crise no país, ao fracassar em proteger a economia e a sociedade de choques externos e acumulando dívidas públicas. O aumento contínuo da carga fiscal também é visto como uma falha institucional que afasta os jovens do país e prejudica os trabalhadores mais velhos, pois cada vez que têm um aumento de salário, uma parte  vai para o Estado.

De acordo com o professor da Universidade do Minho, a economia portuguesa cresce nos períodos de abertura ao exterior e que isto é “uma luz no fim do túnel”. O turismo constitui apenas 11% do PIB, enquanto o maior contribuinte económico de Portugal são as exportações, que formaram 50% do PIB país em 2022.

Além dessas questões abordadas, o convidado também teceu comentários elucidativos sobre o futuro económico da Rússia, as aquisições tecnológicas da China, a reforma da previdência da França e a necessidade que Portugal tem de imigrantes.

Em relação às próximas palestras do ciclo, o moderador João Leitão disse que virão à UBI convidados para falar sobre políticas públicas, o impacto delas nos diferentes sectores de atividade.

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