“Só fazendo aquilo que nos dá mais gozo se pode encontrar o verdadeiro sucesso”

Francisco Correia entrou na UBI em 2005 pela porta da Engenharia Eletromecânica e, sendo natural da Covilhã, cedo confirmou que estava mesmo em casa. Procurou sempre envolver-se em atividades para lá da sala de aulas, o que também lhe permitiu reunir ferramentas essenciais para mais tarde sair da zona de conforto e abraçar o desafio de uma multinacional como a Siemens, onde trabalha desde 2010.

Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Eletromecânica e porquê na UBI?

Francisco Correia: A escolha por Engenharia Eletromecânica deveu-se sobretudo ao facto de ser um curso mais abrangente, que contemplava a vertente de Mecânica e Eletrotécnica. Na altura sabia quer queria seguir a área de Engenharia, mas ainda não tinha certeza quanto à especialidade. Na UBI, porque podia continuar a estudar na minha cidade natal, principalmente por isso… e até porque já tinha feedback de familiares e amigos que lá estudavam ou já tinham passado por lá.

 

U@O: E esse feedback, confirmou-se depois de ter entrado?

FC: Sim. É, desde logo, uma instituição muito acolhedora, o ambiente é bastante intimista, o que proporciona todo o desenvolvimento mais facilitado daí em diante. O próprio ambiente de praxe, pelo menos aquele que eu experienciei, foi bastante positivo.

 

U@O: O que mais recorda dos tempos de estudante da UBI?

FC: Foram cinco anos que, sem dúvida, me marcaram enquanto pessoa. Recordo sobretudo o espírito académico que se vivia, as relações intensas que se criam, e também alguns professores que mudam a nossa perspetiva… e por vezes é curioso que são os mais exigentes aqueles que mais recordamos. Estive também dois anos ligado ao Núcleo de Estudantes de engenharia Eletromecânica (NEUBI) como vice e presidente, e as vivências daqueles dois anos, o ter de lidar com entidades externas e internas, o sentido de responsabilidade e os desafios daquela altura foram uma aprendizagem muito enriquecedora.

 

U@O: Essa experiência, nomeadamente no núcleo, foi importante mais tarde no mundo profissional?

FC: Sem dúvida. E é algo que não encontramos nas diferentes disciplinas que compõem um curso. Temos de ser nós a procurar fora, mas dentro da universidade, essa vertente mais social que oferece uma perspetiva mais próxima daquilo que vai ser o mundo profissional. Mas claro, tem de se gostar e acreditar naquilo que se está a fazer. E tive também a sorte de encontrar um grupo dedicado a essa causa.

 

U@O: O que é que a UBI e a Covilhã têm de tão especial para cativarem cada vez mais estudantes?
FC:
Eu claro sou suspeito que sou natural da Covilhã. Ainda assim, na minha opinião o facto de ser uma universidade mais pequena, numa região também ela mais acolhedora, proporciona todo um ambiente de desenvolvimento mais próspero e mais familiar. Outro fator, e julgo que até dos mais importantes, é que sendo uma universidade mais pequena com uma vasta oferta curricular, promove maior interação entre os estudantes de diferentes cursos. E isto contribui para uma maior partilha de perspetivas, opiniões e muitas vezes até ideias disruptivas, algo que se estivéssemos confinados à realidade do nosso curso teríamos mais dificuldades em aceitar.

E inevitavelmente, o baixo custo de vida quando comparado com outras cidades é também um fator determinante.

 

U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI até hoje?

FC: Ainda não tinha terminado o curso na UBI e no último ano, enquanto escrevia a tese já estava a colaborar com um gabinete de projetos na Guarda, na BB Consulting. Aí trabalhava enquanto projetista de AVAC no departamento de mecânica. Os projetos eram essencialmente obras públicas desde parques escolares, pavilhões desportivos, teatros… A empresa contava ainda com uma equipa multidisciplinar, departamento de arquitetura, saneamento, eletricidade, térmica e ambiente. Foi uma aprendizagem muito enriquecedora.

Posteriormente, surgiu a Siemens que me obrigou a mudar para a capital. Foi muito desafiante na altura até porque ia mudar de área profissional, iniciar novamente estágio e até ganhar menos. Foi, sem dúvida, o grande desafio desde que deixei a UBI e onde tenho estado até hoje. Iniciei funções em outubro de 2010 na área de automação como suporte técnico. Hoje faço desenvolvimento de negócio e gestão de produto na área de automação industrial.

 

U@O: Que conselhos poderia deixar a um atual aluno da UBI para vingar nesta área?

FC: Conselhos são sempre difíceis… ainda assim, é aproveitar ao máximo a experiência na universidade – é uma aprendizagem diária – e procurar explorar atividades fora do âmbito dos anfiteatros. É essencial desenvolver também essa componente menos científica e mais social e emocional. E promover desde cedo o contacto com o mercado de trabalho e as empresas, perceber o que são os verdadeiros desafios. E aí cabe também às próprias instituições facilitar esse contacto. E depois, por maior chavão que possa parecer, não há nada como fazer aquilo que nos dá mais gozo, só assim se pode encontrar o verdadeiro sucesso.

 

Nome: Francisco Correia

Naturalidade: Covilhã

Curso: Engenharia Eletromecânica

Ano de entrada na UBI: 2005

Filme preferido: “Clube dos poetas mortos”

Livro preferido: “O adeus às armas”, de Ernest Hemingway

Hobbies: Futebol, padel, jogging, cinema e viajar.

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